Leninismo Libertário: Aprender com os Nossos Inimigos

Este artigo é uma adaptação dum texto do blog “Springtime of Nations”.

É uma verdade inquestionável que muitas ideologias atingiram um sucesso significativo em comparação com o Liberalismo Clássico ou com o Libertarianismo, no decorrer do século XX. Independentemente de quão repressivas estas ideologias tenham sido, é útil estudar as estratégias que usaram para obterem poder. Os Libertários adoram debater ideias abstractas mas no que toca à sua implementação, como movimento, somos assolados por uma passividade crónica ou até um completo desinteresse pela victória. Vai haver uma altura em que teremos de decidir se queremos continuar a discutir se ser apicultor viola o Princípio de Não-Agressão para sempre, ou se queremos vencer. Murray Rothbard, um dos fundadores do Libertarianismo Contemporâneo, apercebeu-se deste problema e tentou resolvê-lo. Rothbard usava um termo para esta tendência infeliz que a maioria de nós tem de meramente nos focarmos em espalhar as ideias da Liberdade: Educacionismo.

Não existe qualquer problema em debater e argumentar. É, aliás, um passo essencial para a victória, mas nem todos os argumentos são iguais e nem todos os indivíduos dignos de debater. Os nossos inimigos percebem isto, tal como Rothbard. Ele incitou os Libertários a serem “Empreendedores Ideológicos”, seguindo as pegadas de Lenin, ou seja, activistas políticos prontos a adaptar as suas tácticas às suas circunstâncias actuais. Tal como o empreendedorismo é, na sua essência, uma arte e não uma ciência cuja teoria está codificada, a adaptação das tácticas ideológicas ao momento actual é em si uma arte. O conceito de que o timing é a essência do empreendedorismo, descoberto por Ludwig von Mises, aplica-se tanto a fins económicos como ideológicos.

Para Lenin, as actividades políticas dividem-se em dois extremos opostos e igualmente perigosos. Num extremo temos o Aventurismo, caracterizado por ação directa impulsiva e por uma recusa total da utilização de canais políticos estabelecidos. Noutro temos o Oportunismo, uma tendência para meias-medidas e “acordos” (com outras ideologias) sem um compromisso forte com objectivos a longo prazo. Rothbard considerou ambos estes conceitos como sendo úteis para o movimento Libertário.

História de Lenin

A flexibilidade estratégica de Lenin permitiu-o resistir às represálias da revolução falhada de 1905. Apesar de táticas “radicais” terem sido usadas durante a revolução, os anos posteriores ao colapso revolucionário foram momentos de caução e de retirada. Lenin teve de lutar contra o ultra-Aventurismo de Alexandre Bogdanov e dos seus seguidores, que promoviam uma fútil revolta armada. Citando Lenin na sua estratégia política utilizada após 1905: “Durante a revolução aprendemos a ‘falar Francês’, e.x.: elevar a energia da luta de massas e aumentar o seu alcance. Agora, neste tempo de estagnação, reação e fragmentação, temos de aprender a ‘falar Alemão’ e.x.: trabalhar diligentemente até que o clima se reviva, sistematicamente, diariamente… vencendo centímetro a centímetro.”

Tendo resistido ao Aventurismo Bodganista, que muito provavelmente teria destruído o movimento Bolchevique durante a sua infância, Lenin também evitou a armadilha do Oportunismo em 1917 quando os Bolcheviques fizeram parte do Governo de Fevereiro que tinha deposto o Czar. Os Bolcheviques ganharam muito poder nesta altura, mas ainda eram uma minoria no governo liberal e centrista liderado por Alexandre Kerensky. Não tardou até que forças leais ao conservador General Kornilov tentaram depor o governo de Fevereiro e restaurar a monarquia.

Este momento pivotal apresentou tanto perigos como oportunidades. Os Bolcheviques Aventuristas tiveram a tentação de continuar as suas tácticas de oposição completa ao regime de Kerensky e não se envolver na guerra – mas esta atitude teria levado a uma victória por parte de Kornilov e acabar com as hipóteses da revolução. Em contraste, os Bolcheviques Oportunistas tiveram a tentação de lutar incondicionalmente ao lado de Kerensky, mas esse rumo levaria a uma desmoralização dos apoiantes Bolcheviques e teria subvertido o objectivo estratégico principal duma revolução Bolchevique. A solução de Lenin conseguiu evitar ambos os erros fatais: ele escolheu ajudar as forças de Kerensky, mas exigiu concessões fortes e dolorosas. Armar os trabalhadores, deixar que forças Bolcheviques lutassem nas linhas da frente e legalizar a expropriação de terrenos pelos camponeses, foram as principais. Kerensky, enfraquecido, aceitou estas condições, o que levou os  Bolcheviques a passarem a ser vistos como os verdadeiros líderes das forças anti-Kornilov aos olhos populares, apesar de não serem uma maioria. Este tipo de pensamento estratégico pode beneficiar os Libertários, não na criação da ditadura do proletariado, mas na propagação duma sociedade livre. (…)

As Armadilhas em que Podemos Caír

Apesar das suas muitas semelhanças ao Libertarianismo, a Direita está inerentemente destinada a ser derrotada através de muitas concessões lentas. Para parafrasear Ayn Rand, a sua postura intelectual tem sido “um pedido de desculpas suplicante, auto-humilhante e choramingão”. Ou para citar Michael Malice: “conservadorismo na sua forma actual é um progressismo que respeita o limite de velocidade”.

Em todas as eleições somos incutidos, pelos Oportunistas, com um sentido de urgência que faz parecer com que se deixarmos o nosso inimigo ganhar vamos todos morrer nos próximos quatro anos. Por outro lado, temos os Aventuristas: Libertários que rejeitam votar. Esta posição é tomada devido à ideia que o seu voto equivale a um consentimento da existência do Estado, com características que tem no presente. O problema deste argumento pode ser demonstrado através de um exemplo hipotético. Suponhamos que a tua família foi raptada por um lunático que ameaça os teus filhos e exige que escolhas um cuja vida será poupada. Obviamente que esta é uma situação terrível, mas se tiveres de escolher, essa escolha não implica que estejas a consentir com o assassinato dos teus filhos, nem que és responsável pela ação de quem os matar. (Aliás, nem é uma escolha no sentido da palavra, é só uma afirmação sobre preferências). A nossa relação com o Estado segue o mesmo raciocínio. Nós não consentimos com a violência Estatal nem com as suas eleições, mas este facto não nos impede de usar as eleições contra o Estado sem deixarmos de agir eticamente.

Já concluímos que não é imoral usar o sistema contra si mesmo, mas será prático? E se for, qual é a melhor forma de o fazer? O que podemos fazer fora do sistema?

O argumento chave que eu queria realçar é que política não é um exercício teórico; as nossas acções têm implicações reais para pessoas reais que estão a sofrer. Logo, se te importas com a Liberdade, deves estar pronto a lutar por ela e quando lutares, o objectivo deverá ser a victória. Isso implica ter disciplina para usar as táticas mais eficazes disponíveis, o que pode ser mais difícil do que parece.

A Estratégia para a Victória

Vamos pensar nas nossas condições de victória. Se uma pessoa do futuro viesse para o presente e te dissesse que, durante a tua vida uma sociedade livre seria estabelecida, como pensarias que isso teria acontecido? Se a tua resposta é que o povo tinha votado na eleição mais importante das suas vidas e que todos os estatistas desistiram das suas ideias voluntariamente após esta eleição, então penar-me-á dizer, Sr. Oportunista hipotético, mas provavelmente estás errado. Há décadas que Políticos de Direita têm afirmado que diminuirão o Estado, contudo, nunca realmente cumpriram esta promessa, independentemente das victórias eleitorais que alcançaram.

A causa desta falta de dinamismo é o facto dos políticos se preocuparem mais em defender as suas carreiras do que em defender a Liberdade. Mesmo que este não seja o caso, têm muitas dificuldades à sua frente. Teria sido fantástico se, por exemplo, Ron Paul tivesse ganho uma das suas candidaturas presidenciais, mas isso não significaria automaticamente uma victória total. Quanto muito, teria começado uma luta intensa com todos os burocratas com interesses no status quo usando todo o poder que tinham para impedir Ron Paul de fazer alguma coisa.

Se acham que o “deep state” se opôs ao Trump, imaginem o desespero se se fossem confrontados com um Libertário dedicado a destruir o seu poder e a sua forma parasítica de subsistir, em vez de um “boomer” facilmente manipulável com algumas boas intuições, mas nenhuma ideologia coerente. As tensões aumentariam rapidamente, e enquanto só podemos especular, é claro que a luta de poder que se seguiria levaria a uma reestruturação do governo.

Como Henry David Thoreau disse: “Há milhares a cortar os ramos do mal para um que esteja a cortar a sua raiz. O sistema não pode ser reformado, o Estado tem um ciclo de vida natural que só tem um sentido. Expande-se como um cancro até que mata o seu hospedeiro ou se extingue.” Se estás a ler este artigo em vez de ver danças no TikTok, então tu, leitor, és a vanguarda e estás a ser chamado para atacar o mal pela raíz.

Temos 3 Objectivos para o conseguirmos fazer eficazmente:

Liberdade contra a Autoridade

Em primeiro lugar: tensões e polarização política têm de ser incitadas e enquadradas como uma luta entre Liberdade e Autoritarismo.

À medida que o poder do Estado aumenta, entra naturalmente em conflito com os interesses de muitos grupos diferentes. Nós temos de ouvir as queixas do povo, que variam muito e são dependentes da cultura local. Assim conseguiremos perceber que tópicos são apropriados para dar ênfase nos momentos. Neste momento (Abril de 2021), os dois tópicos chave na política Americana são os confinamentos “justificados” pelo Covid-19 e os protestos anti-policiais. O Libertarianismo posiciona-se tanto contra os confinamentos e quanto contra a polícia.

Apesar destas posições serem associadas a lados opostos da dicotomia esquerda-direita, os Libertários devem-se inserir nos dois tópicos, organizando protestos e tomando posições de liderança quando possível. Desta forma, podemos “armazenar” a raiva justificada do povo e guiá-la para uma compreensão total do seu inimigo.

A Esquerda certamente será hostil a tentativas de enquadrar os protestos contra a brutalidade policial como um conflito povo vs. governo, porque esta visão distrai as pessoas da sua agenda de incitação a um conflito racial. Mesmo assim, há muitas pessoas descontentes com o comportamento das forças de segurança que ao mesmo tempo não se revêem no desprezo pela Esquerda de Americanos caucasianos.

Como uma regra geral, sempre que há tumultos, a vanguarda deve-se mover na sua direcção e não fugir deles. Teoria económica abstrata e filosofia ética são importantes, mas devem ser discutidas maioritariamente com pessoas que já concordam connosco em assuntos estruturais.

Uma forma que vejo pessoas a fazerem isto de forma errada é a sermos demasiado tímidos ou a dar demasiada deferência aos nossos rivais ideológicos quando concordamos com eles num assunto em particular. Tomem as rédeas. Esta é a nossa coligação: quem se quiser juntar é bem vindo, mas nós não vamos oferecer concessões por questões de princípio. Isto resultará em denunciações ferozes pelos nossos rivais que devem ser ignoradas com confiança.

Ser a Alternativa Popular

Isto leva-nos ao nosso segundo objectivo: assegurar um lugar na consciência popular como a alternativa principal ao sistema vigente. Quando as pessoas pensarem em como a sociedade pode ser reestruturada, devem imediatamente pensar em Libertarianismo. Mesmo se se opuserem com fervor a esta mudança, conseguirmos fazer as pessoas pensarem desta forma é uma victória. Apesar da sua incompetência, uma coisa que Donald Trump demonstrou na eleição de 2016 foi o poder de ser o centro das atenções, mesmo que essa atenção seja negativa. Conservadorismo falha porque se define como uma reação a o que não é, falhando na criação de uma visão positiva cuja se pode alcançar com trabalho duro.

Se conseguirmos atrair o ódio dos sociais-democratas mais ferranhos e fazê-los reagir especificamente contra nós, qualquer pessoa que tenha o mais pequeno desdém contra a “justiça social” será puxada para o nosso lado e não para o conjunto aleatório e incoerente das posições conservadoras de compromisso. Quando o Estado causa ou passa por problemas sérios as pessoas começam a procurar alternativas. Eventualmente haverá uma altura em que as pessoas não se sintam seguras e confortáveis e quando isso acontecer, estaremos lá para lhes demonstrar uma boa alternativa ao status quo.

Organizarmo-nos Eficazmente

Isto leva-nos ao nosso terceiro objectivo: temos de construir organizações disciplinadas e poder institucional em preparação para nos fazermos valer num momento de crise. Ao mesmo tempo que fazemos os possíveis para aumentar o nosso número, não devemos assumir que seremos a maioria. Ideologias radicais normalmente não o são até terem ganho o poder, porque a maioria das pessoas tende a seguir os dogmas da sociedade em que nascem. Tendo dito isto, há muitos multiplicadores de força que podemos usar para aumentarmos o nosso poder, mesmo com uma pequena parcela da população.

Em primeiro lugar, devemos trabalhar para implementar uma excelente ideia que surgiu do movimento Libertário: concentrarmo-nos geograficamente. Planos como o “Free State Project”, que promove a migração de pelo menos 20 000 Libertários para o Estado Americano relativamente pouco populoso de New Hampshire, pode ser extremamente importante se concretizado. Quando surgir uma crise, a probabilidade de controlarmos uma pequena parcela de terra será muito maior do que tentarmos convencer o império todo a seguir o caminho da Liberdade.

Migrar para um lugar novo é certamente um grande investimento pessoal, mas pode gerar enormes dividendos em Liberdade. Já estamos a ver migrações em massa para fora de certos Estados como a Califórnia e com a possibilidade cada vez maior de trabalhar a partir de casa esta estratégia é cada vez mais viável.

O trabalho não começa a meio de uma crise, começa com alguns Libertários a se comprometerem a se juntarem regularmente e a trabalharem juntos para fazer alguma coisa. Pode ser trabalhar dentro dos canais políticos vigentes, como fazer uma manifestação, ajudar na campanha de um candidato Libertário ou ensinar algo aos teus camaradas. Tens conhecimentos sobre como manusear uma arma de fogo de forma segura? Sabes como fazer uma horta pequena em casa? Sabes sobre cripto-moedas? Ajuda os teus amigos.

Pesquisa os teus políticos locais e coordena pressão política direta. Várias chamadas, e-mails ou cartas no mesmo dia a falar educadamente sobre receios de que os candidatos não estão a fazer o suficiente para ajudar um tópico Libertário pode ser uma motivação forte para acção. O propósito disto não é mudar a mente dum político: parte do princípio que isso não vai acontecer. O propósito é fazer com que o Libertarianismo seja um espectro que paira sobre a política, algo sobre o qual os políticos e a imprensa pense e fale, mesmo que não seja à frente das câmeras. Mesmo que não façam nada, se nos mencionarem ou atacarem publicamente, estamos a ganhar. Conseguimos solidificar mais a ideia do Libertarianismo na mente da pessoa comum que esteja a ver.

O que fazemos em específico é menos importante do que o facto de estarmos a trabalhar com outros Libertários. Equipas eficientes não se constroem de noite para o dia. O governo de Kerensky foi forçado a depender dos Bolcheviques para lutar contra o golpe de estado do General Kornilov em 1917, apesar de serem mais numerosos do que os Bolcheviques. Isto aconteceu porque os Bolcheviques já tinham experiência. Não experiência militar, mas a trabalhar como uma equipa. Já tinham liderado sindicatos e o soviete de Petrogrado de forma militarista, por isso quando o tempo chegou a única coisa de que precisaram foi de armas.

A Pirâmide de Ideias

Muitos Libertários preocupam-se com a possibilidade de que o Partido Libertário (dos EUA) se dilua ideologicamente se se focar em obter o maior número de votos possíveis. É por isso que o trabalho de grupos como o “Libertarian Party Mises Caucus” é importante. Ideologia funciona como uma pirâmide: os mais corajosos e radicais dum movimento são impulsionados pelo apoio passivo de uma base muito maior de simpatizantes menos activos. Vejam o crescimento dos Antifa. Os Antifa são um movimento comunista revolucionário descentralizado que defende ação direta violenta contra adversários políticos.

O termo originou na ala paramilitar do Partido Comunista Alemão durante a República de Weimar, apesar do seu nome e tácticas terem sido adotado por comunistas da Europa do Ocidente nos anos 80 e 90. No entanto, nos EUA, emergiu rapidamente e aparentemente do nada, após os resultados da eleição de 2016. De onde vieram? Maioritariamente das fileiras do movimento Social Democrata popularizado por Bernie Sanders.

Bernie Sanders pegou numa grande quantidade de jovens impressionáveis e introduziu-os ao Socialismo, sendo que uma fração destas pessoas ficaram mais radicais e começaram a atirar tijolos a pessoas e edifícios que não lhes agradam. Isto não aconteceu por acaso. O desenvolvimento intelectual destas pessoas foi guiado por uma vanguarda de comunistas mais dedicados, radicais e disciplinados que os levou de odiar o Trump para apoiar Sanders e ideias revolucionárias.

Uma sondagem feita por “Pew” em 2014 descobriu que 14% dos Americanos se identificam como Libertários, enquanto uma sondagem anterior feita por “Gallup” reportou este número como 23%. Estes números não estão distribuídos igualmente através dos EUA: serão maiores em certos sítios, especialmente se todos formos viver para o mesmo sítio como devíamos.

Claramente que muitas destas pessoas não sabem exatamente o que significa ser “Libertário”, mas isso não faz mal. As pessoas decidem quem apoiar com base em conceitos gerais e uma identidade política que aceitam, não baseadas num conjunto específico de propostas.

Sondagens também descobriram que a maioria dos Americanos dizem que apoiam um governo mais pequeno com menos serviços e menos impostos em contraste com um governo maior com mais serviços mas mais impostos. Isto também se aplica a Millennials quando se explicitamente menciona impostos. As pessoas têm, em geral, instintos correctos. Cabe-nos agora mostrar-lhes o caminho.

Não há como negar, apesar das consequências desastrosas da victória de Lenin na Revolução de Outubro de 1917, que não foi um sortudo qualquer, mas sim um empreendedor ideológico muito bem sucedido cujo plano a longo prazo para a victória Bolchevique deu fruto através de trabalho árduo e uma acção cuidadosa entre os dois extremos de Oportunismo e Aventurismo. Se nós, Libertários, queremos uma victória comparável a Lenin, faremos bem em traduzir táticas Marxistas-Leninistas numa estratégia coerente, como Murray Rothbard aconselhou.

Luís Gagliardini Graça

Especial agradecimento a:
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